sábado, 20 de novembro de 2010

Ler livros no computador vale a pena?

Quem é acostumado a lidar com a internet gosta de ter quase tudo de graça. Outro dia publiquei uma resenha de um livro e um leitor do blog deixou um comentário perguntando se eu sabia onde baixar o livro.
Observe que ele não perguntou onde comprar o livro e sim onde baixar. Da mesma maneira que filmes e músicas, existem muitos livros sendo distribuídos em redes de torrents pela internet. Os livros em português não são tão abundantes, mas para quem lê em inglês a fartura é grande.
Já li três livros inteiros pelo computador. Dois era distribuídos gratuitamente e um eu baixei no eMule porque não tinha certeza se valia a pena comprar. Cada um tinha entre 60 e 80 páginas e eu fiz a leitura toda no monitor.

Ainda não vale a pena

Não entrando no debate sobre a legalidade da ação, minha pergunta é se vale a pena economizar uns trocados na compra do livro para lê-lo no computador, dada a piora da experiência. A leitura no monitor é cansativa, tem que ser feita sentado na cadeira, é preciso rolar o mouse. Resumindo, conforto não é a principal característica da atividade.
Para mim, a leitura é um prazer e eu gosto de desfrutá-la lendo no papel, de preferência deitado. Geralmente leio meus livros antes de dormir e com as versões no computador não consigo fazer isso.
Nunca testei leitores de mão de e-books, como o Kindle ou o Sony PRS-500. Provavelmente eles devem dar uma experiência melhor do que a leitura no monitor, mas mesmo assim acho que ainda não baterão o bom e velho livro de papel. Ainda.

domingo, 14 de novembro de 2010

Sebo muito mais do que um livro usado

Antigamente os Sebos, só vendiam livros usados em mau estado, o nome Sebo tem origem lá no tempo em que não existia energia elétrica  e para ler um livro tinha que ser com uma vela acesa, vela essa que era feita com sebo de boi,outros também afirmam que os antigos vendedores de livro eram chamados caga-sebos .
Nas cidades do interior ,principalmente aqui em Jundiaí-SP, o povo relutou bastante para começar frequentar e adquirir livros em Sebos, pois tinha aquele preconceito de adquir um livro usado ou velho, mas devagarinho foram entrendendo a diferença entre um livro raro e fora de catálogo de um livro velho, um livro semi-novo de um livro surrado, as escolas, os professores e os pais tem uma fundamental importância nessa mudança de mentalidade, pois num Sebo se consegue comprar um livro muito mais barato que numa livraria e além disso pode praticar o escambo (troca) que é praticado desde os primórdios de nossas civilizações.
Muito além de vender livros (Revistas, gibis, hq´s ,mangás e muito mais) , os Sebos vendem uma educação ecológica pois ajudam o planeta reaproveitando esses livros já produzidos e nesse sentido a nossa comunidade do Mercado Livre ajuda bastante também.
Mas o  mais importante que um Sebo vende é o sonho de um mundo melhor, mais coletivo e espiritualizado e fraterno.

domingo, 7 de novembro de 2010

O colorido e a textura fofa dos livros são ótimos para despertar o interesse da criança pela leitura.


Se seu bebê já tem firmeza para segurar objetos, aproveite a hora do banho – um momento especial para ele – e conte a história do livro. Dê na mão de seu filho para que ele se divirta com o colorido e a textura fofa do livro.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Poesia infantil

O livro O menino poeta (1943), de Henriqueta Lisboa (1904-1985), privilegia o lirismo, utilizando largamente a metáfora, afastando-se, assim, do descritivismo e da narratividade características de Olavo Bilac e da produção que o antecede, mas sem romper com o paradigma moral e cívico. Por outro lado, O menino poeta não foi publicado por editora de livros didáticos, nem trouxe prefácio recomendando sua leitura na escola. Dessa forma, o livro rompe com a circulação escolar, abrindo caminho para uma poesia infantil livre de compromissos pedagógicos.
        Sidónio Muralha (1920-1982), poeta português que se radicou no Brasil por motivos políticos, rompe com o paradigma moral e cívico no livro A televisão da bicharada (1962). Este livro introduz um novo paradigma para a poesia infantil brasileira, paradigma esse já esboçado em O menino poeta, de Henriqueta Lisboa, e que poderia ser denominado paradigma estético, por privilegiar o trabalho com a linguagem. No caso de Sidónio, esse trabalho com a linguagem s caracteriza pelo ludismo sonoro e o humor, ou seja, o jogo com a sonoridade, o ritmo, a música das palavras e a narração de breves cenas cômicas, como o título de seu livro sugere, envolvendo animais.
        O paradigma estético é consolidado por dois dos principais poetas modernistas brasileiros: Cecília Meireles (1901-1964) e Vinicius de Moraes (1913-1980). Cecília Meireles é reconhecida como uma das principais – senão a principal – voz feminina da poesia brasileira. Ela traz para a poesia infantil a musicalidade característica de sua poesia, explorando versos regulares, a combinação de diferentes metros, o verso livre, a aliteração, a assonância e a rima.
        Os poemas infantis de Cecília Meireles não ficam restritos à leitura infantil, permitindo diferentes níveis de leitura. A insatisfação com os limites e o desejo de plenitude estão presentes no poema “Ou Isto Ou Aquilo”, que dá título ao seu livro de poesia infantil, publicado em 1964.
     
             Ou Isto Ou Aquilo
             Ou se tem chuva e não se tem sol,  ou se tem sol e não se tem chuva!
             Ou se calça a luva e não se põe o anel,  ou se põe o anel e não se calça a luva!
             Quem sobe nos ares não fica no chão,  quem fica no chão não sobe nos ares.
             É uma grande pena que não se possa  estar ao mesmo tempo nos dois lugares!
             Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,  ou compro o doce e gasto o dinheiro.
             Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...  E vivo escolhendo o dia inteiro!
             Não sei se brinco, não sei se estudo,  se saio correndo ou fico tranqüilo.
             Mas não consegui entender ainda  qual é melhor: se é isto ou aquilo.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A arte dos livros sem texto


Os atuais livros sem texto, também chamados livros de imagens, tem encantado crianças e adultos devido à qualidade artística que eles apresentam. É uma verdadeira aventura abrir esses livros pois as imagens nos encantam, nos deixam curiosos e nos fazem refletir. Além disso, os livros sem texto proporcionam a possibilidade de um novo olhar, isto é, um olhar mais atento a coisas que às vezes já nem damos atenção, ou então imagens de perspectivas que nunca imaginaríamos.
Vivendo num mundo cada vez mais visual em que somos "atingidos" por imagens a todo instante, despertar e sensibilizar o olhar para os detalhes é uma forma de tornar o leitor mais atento ao mundo em que vive. E também mais questionador. Proporcionar às crianças desde pequenas o contato com esses livros é potencializar a aprendizagem da leitura das imagens. Isso mesmo. Também aprendemos a "ler imagens". Cada vez mais a qualidade das ilustrações ganha peso nos livros infantis e vários ilustradores tornaram-se famosos e ganham prêmios literários no mundo inteiro. É o caso de Ângela Lago. Os livros ilustrados por ela (com e sem texto) já são referências no cenário nacional.
Na hora de escolher um bom livro de imagens não vale apenas achar as ilustrações "bonitas". É necessário que haja um projeto literário e artístico para que esses livros possam despertar verdadeiramente o leitor que não precisa ser necessariamente a criança. Abaixo algumas sugestões:
Maurício Veneza - Editora Compor
  • - O piquenique de Nique e Pique
  • - O dragão e o cavaleiro do jeito que a princesa contou
  • - Chapeuzinho Vermelho do jeito que o lobo contou
  • - A princesa e o sapo do jeito que o príncipe contou
Mário Vale - Editora Expressão
- "A árvore fantasma" e "Peixinho"
Regina Coeli Rennó
- Pela porta do coração (Ed. FTD)
- Que planeta é esse? (Ed. FTD)

- O sabor da maçã (Ed. FTD)

- Gato de papel (Ed. Lê)

- História de amor (Ed. Lê)
Regina Siguemoto Martinez - Editora Paulinas
- A casa
- O buraco

- O tempo

- A coisa
Semíramis Paterno - Editora Lê
- A viagem
- Vida moderna
- A cor da vida

Eva Furnari - Editora Paulinas
- Por um fio

- Caça-fantasma

- Filó e Marieta
Editora Formato
- O dia-a-dia de Dadá de Marcelo Xavier

- O barquinho vai de Maurício Veneza

- O almoço de Mário Vale

Editora Miguilim
- Outra vez - Ângela Lago

* É bom lembrar que essa lista trata de títulos mais "antigos" e há consolidados como de boa qualidade. Há vários lançamentos de diversas editoras nesse gênero, mas que precisam ser analisados de forma mais detalhada.