quinta-feira, 3 de março de 2011

LIVROS DIDÁTICOS USADOS REDUZEM GASTOS EM 50%

É no início do ano que os pais precisam abrir os bolsos para aplicar parte de suas economias no estudo dos filhos. Nessa época, além dos tributos rotineiros, como IPVA e IPTU, é preciso gastar com a compra dos materiais escolares, que estão apresentando alta nos preços de cerca de 13% com relação a 2010, principalmente os livros didáticos exigidos pelas escolas particulares. O aumento, anunciado pela Associação Nacional de Livrarias (ANL), assustou os consumidores. Em nota, o órgão afirma que a diferença pode chegar a 8%. O acréscimo é justificado pela alta nos custos de produção e a inserção da nova ortografia. Para amenizar o gasto, a saída pode ser a troca e a compra de livros usados. Essa atitude pode gerar uma economia de até 50%. 
 
Algumas edições adotadas por escolas particulares podem ser encontradas em sebos e livrarias com ótimos preços. Os livros de literatura saem por R$26, mas podem ser trocados por R$10. Com a procura pelos usados, quem vem lucrando são os comerciantes do setor, enquanto alguns consumidores aproveitam o momento para pesquisar preços e descontos. De acordo com Luciano Mendes, proprietário de uma papelaria na Capital, a procura este ano está maior devido ao aumento inesperado nos valores. “Do dia 6 de janeiro para cá, já recebemos 25 encomendas de alguns livros de 5ª a 8ª série, todos usados. Os pais querem economizar. Neste ano estou trabalhando com venda e troca e dando um desconto nos pagamentos à vista.
Nas vendas de livros novos, registramos um acréscimo de 8%, já nas trocas e vendas de usados tivemos aumento de 16%, o dobro”, avalia o comerciante. “Meu gasto seria mais ou menos de R$620 com livros. Com a troca e compra de usados, devo reduzir para R$310, uma economia de praticamente 50%. Tive que comprar alguns livros novos por causa da atual regra ortográfica, por isso paguei R$120 em algumas edições. Com a troca, por exemplo, o livro de história novo, que custa R$113, foi comprado por R$32, uma diferença de R$81. Vale a pena demais”, comenta a gerente de vendas, Daniela Fontes, mãe de dois filhos, alunos do Colégio Bernoulli.
 
Alternativas 
Em Belo Horizonte é possível encontrar algumas lojas e sites que trabalham com vendas e trocas de livros usados. Umas das opções pode ser a Livraria Dona Clara, localizada na Rua São Paulo, 656, Centro, dentro da Galeria do Ouvidor, Loja B02, ou pelo site Zura, que oferece anúncios de livros didáticos usados pelo Tem também o site www.livroszura.com.br . Novo Sebo Vídeo Livraria (www.videolivraria.com.br) e a Livraria Savassi, que fica na Rua Viçosa, 11, no Bairro São Pedro.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Um livro na sua árvore de natal

UM LIVRO NA SUA ÁRVORE DE NATAL

- Que presente vai me dar, neste Natal? Uma cesta, um perfume, aquele colar que vimos juntos na vitrine?
- Não. Um livro.
- Mas livro?!
Entraram na livraria, o rapaz pediu o “Pequeno Príncipe”, de Exupéry e deu a ela:
- Pra começo de conversa e de Natal. Principie.
-Príncipe? Príncipe o que?
- A ler, menina! Comece pelo Príncipe.
Certo é que perfume, colar, a meia, tão habituais ao Natal, não temem concorrência de livro. Nem as grandes cestas que parecem cargas lotando a sala de jantar próspera ou as mais discretas, por mais baratas, que vão para o subúrbio, velha encomenda pensada há meses. As coisas, como presentes, ainda só valem pelo brilho, quantidade e preço.
Embora caro e nunca necessário quanto o arroz e o feijão, ou mesmo a castanha, o livro custa menos que a gravata e dura mais que o perfume e o sabonete. Passarão os Natais e aquela moça há de encontrar na sua casa, relido ou esquecido mas constante, o livrinho comprado de circunstância que lhe falará sempre de um Príncipe e de suas sutis aventuras. O rapaz poupou o bolso praticando um bom-gôsto, atreveu-se a entrar na livraria ao invés de entrar na perfumaria. E isso há dez anos não era assim. Não era hábito de Natal fazer presente de livro, coitado do livro ali na montra cinzenta, entre o tédio do caixeiro e a solidariedade poerenta dos outros livros, seus companheiros de solidão e abandono. Agora o desamparado é confiado a uma embalagem, e tome papel colorido e tome laço de fita, aparece na vitrina, num ar festivo, como caixa de presente. Vem aos poucos ganhando seu lugar de Natal e Ano Bom. Os novos tempos sopraram o velho pó das montras e sacodem o embaraço de quem quer dar um presente: Que tal um livro? Barato, fino, lisonjeia quem dá e quem recebe. Vamos ao livro.
A Eletrônica Sugere um Presente
Se menino quer brinquedo, o técnico espera aquêle livro que vive namorando, o “Eletrônica Aplicada” e convém que seu amigo se lembre disso e apareça com o presente. E há professores e estudantes que desejariam ganhar, neste Natal, aquela “Evolução da Física”, de Einstein e Infeld, que custa apenas setecentos cruzeiros. É possível que a estudante de faculdade de filosofia vacile entre a pulseira e o “A Origem da Terra” que o preocupa nas suas aulas. Aqui esse môço parou diante da vitrina,lendo “A Mecânica do Cérebro” e sua curiosidade é compreensível, estuda psicologia e confia que o amigo lhe apareça em pleno Natal com o desejado volume. E não custa experimentar mandar de presente a um técnico de carros aquêle “Manual da Volkswagem”.
A Ilustração Como Presente de Festa
Ilustrar-se é uma antiga aspiração popular, ilustrar-se naquele sentido de ler um almanaque, ler curiosidades, folhear um dicionário, como presente de Natal, a ilustração reserva muito atrativo. Por exemplo, “O Livro da Natureza”, o “Deuses, Túmulos e Sábios”, as fartas enciclopédias, “Milagres da Novocaína” e o persuasivo “Vença a Alegria” a quatrocentos cruzeiros. E para maior resistência da ilustração, bom presente é a “História da Liberdade no Brasil”, de Viriato Correia. Podemos ir aos preços mais altos, como a “Enciclopédia de Arte”, da editora Martins a sete mil cruzeiros, as coleções de Cultrix - Histórias e Paisagens do Brasil - vários volumes, a seis e quinhentos ou a “História das Invenções”, e pode-se chegar a este: “Sexo: perguntas e respostas, guia para um casamento feliz” ou
mandar embrulhar, como presente, o “Amor e Capitalismo” de Cláudio de Araújo Lima.
Pendure a Ficção na Sua Àrvore
Se tem árvore, não hesite, tome o rumo da livraria e veja o desfile da ficção brasileira um pouco ansiosa de virar presente, um pouco ainda envergonhada, mas que diabo! Não faz mal sair num embrulho lindo, ser pendurada na árvore ou discretamente entregue ao amigo: Olhe, não repare, é o “Gabriela, Cravo e Canela”. Convém ler a ficção nacional, senhores que gostam de dar presentes de festas, convém! Por exemplo, aqui temos o segundo volume de Marques Rebelo “A Mudança”, e aí você encontra o Rio em, excelente prosa, mande embrulhar também o “Maria de Cada Porto”, de Moacir Lopes, não esqueça “Primeiras Estórias, de Guimarães Rosa, “O Vento do Amanhecer em Macambira”, de José Conde, “Matérias de Memória”, de Carlos Heitor Cony, o “Corpo Vivo”, de Adonias Filho, “Serras Azuis” de Geraldo França de Lima, “O Ganga-Zumba”, de João Felício dos Santos, O Arquipélago”, de Érico Veríssimo, A Coleção Graciliano Ramos numa verdadeira embalagem de Natal, todo o José Lins do Rego. Entre a quantidade dos presentes nunca será demais A Comédia Humana, de Balzac, da editora Globo ou a Coleção Dostoievski, da José Olympio, “O Guerra e Paz”, de Tolstoi ou “Grandes Esperanças”, de Dickens. E será bom incluir no roteiro uma visita a Machado de Assis, seus livros devem estar em toda estante e fazemos questão de lembrar que há um romance indispensável para presentes: “O Triste Fim de Policarpo Quaresma do carioca Lima Barreto. Por outro lado, os que gostam da velha aventura podem ainda ler o Alexandre Dumas em “Os Três Mosqueteiros” e “O Colar da Rainha” e a coluna maciça dos romances policiais – mas sempre livro.
A Hora da Poesia
Em matéria de poesia é seguir os bons poetas e a Aguilar pode dar de presente o Fernando Pessoa em volume muito digno. Mas não esquecer, leitora da grama em Del Castilho, defronte do conjunto residencial, que bom presente é também “As Primaveras”, de Casemiro de Abreu ou as “Espumas Flutuantes”, de Castro Alves, ou então, o “Terceira Feira”, de João Cabral de Melo Neto. Não fica aí a sugestão porque outros poetas estão ao nosso alcance, neste Natal: “Lição de Coisas”, de Carlos Drummond de Andrade, “Para Viver Um grande Amor”, de Vinicius de Moraes, “O País do Não Chove”, de Homero Homem e o “Violão de Rua”.
Estão a sua espera, que é comprar, levar e o presente valeu por toda vida.
Miudeza Também é Presente
Os mais modestos não desejam os livros mais ricos ou os mais sábios e sim aquêles, por exemplo, da coleção “Como Se Faz....Como Se Vence”, onde é fácil encontrar para um presentinho despretencioso, o “Arte de Fazer Amigos”, o “Aprenda a Conversar”, “Como emagrecer Comendo” e tudo a preço camarada.
Informações úteis, como presente, é uma boa sugestão de Natal e Ano Bom, este, por exemplo, “Da Tabela Price” ou “Conheça Seus Direitos”, além do “Aprenda A Nadar Corretamente” e mande a seu amigo um Manual de Judô, sempre é livro. Para um distante amigo da roça, não será bom mandar de presente o “Lições Práticas de Avicultura”? A um que se empenha no escoterismo, mande esse volume aqui, solene, por nome “Cabala”.
Os Livros Sérios
Todo livro é sério e creio que nada mais sério do que um livro de poesia. Mas aqui os sérios são ao livros de fisionomia grave como, por exemplo, o “Reflexões Sobre a História”, de Burckardt, o “Pré-Revolução Brasileira”, de Celso Furtado, “A Inflação Brasileira” de 1820 a 1958, a Coleção Saber com mais de cincoenta volumes, o “Princípios de Planejamento Econômico”, o Manual de Economia Política, da Editora Vitória, o “Formação Histórica do Brasil”, de Nelson Werneck Sodré, os livros da coleção Brasiliana, o Dicionário do Folclore Brasileiro, de Luiz da
Câmara Cascudo, o “Cristianismo Hoje”, da editora Universitária, a preços que variam de trezentos e setecentos. Cabe incluir, pela atualidade o “Política Externa Independente”, de Santiago Dantas. “Um Halta-Yoga”, é um presente de Natal a amigo que cultiva essa transcendente matéria. E em meio e tamanha seriedade de livros não esquecer que o Natal e Ano Bom reclamam livros de cozinha, este, por exemplo, “Prenda Seu Marido...Cozinhando”. Agora, noutra escala, a da crítica, temos dois presentes de significação: “A Glória de César e o Punhal de Brutus”, de Álvaro Lins, e o “Laboratório Poético de Cassiano Ricardo”, de Osvaldino Marques.
“Homenzinho na Ventania”
A editora do autor lançou uma nova coleção de presentes: “A Mulher do Vizinho”, de Fernando Sabino, “A Bolsa e a Vida”, de Carlos Drummond de Andrade, o “O Retrato na Gaveta”, de Oto Lara Rezende e “Homenzinho na Ventania”, de Paulo Mendes Campos. Outro presente de festas é o “Banho de Cheiro”, de Eneida, os “Cadernos do Povo Brasileiro, da Civilização Brasileira, o álbum de Portinari, a coleção do les plus beaux”: insetos, borboletas, cães, o El Greco, o Picasso, o Caribe. Para um político, bom presente é “Vida de Virgílio de Melo Franco”, de Carolina Nabuco. Temos depois, ou antes, os livros sobre futebol: “Copa do Mundo”, de Mário Filho e “Drama dos Bi-Campeões”, de Armando Nogueira e Araújo Neto. E do assunto Pelé, podemos chegar ao assunto teatro e apanhar da Aguilar o “Bodas de Sangue”, de Frederico Garcia Lorca chegando ainda, ao “Pagador de Promessas” e a “Invasão, de Dias Gomes. E a um amigo curioso da África, mande “Africa – as raízes da revolta”, e sobre Fidel, o ainda atual “A Verdade sobre Cuba”. Um político pode receber para ensinamento a tôda hora, o “História das Lutas Sociais no Brasil”, de Everardo Dias e a outro que queira ter um bom santo na sua estante não é mau lhe oferecer “As Confissões de Santo Agostinho”.
O Mundo Maravilhoso Gira em Tôrno de Monteiro Lobato
No Brasil, a história para criança continua a girar em torno de Monteiro Lobato. Os meninos continuam a ver no mestre o avô contador de histórias. Por isso, chovem os livros de Monteiro Lobato nos sapatos, na noite de Natal e com ele os outros livros, os outros autores, o cortejo dos bichos e fadas e tudo que é o faz-de-conta e o encantado e o que é ainda bom de contar às crianças. Aqui, o presente é mais numeroso e vale a pena. Preferível este “Na Região dos Peixes Fosforescentes” ou a Coleção para Jovens, da editora Brasiliense, que o revolverzinho de bandido... Mas não só menino necessita de livro. Gente grande também. E agora Natal e Ano Bom é a ocasião de fazer do livro um bom, e até bem barato, entre coisas tão caras, presentes de festas.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O Livro das Fadas de Natal

Um Belo Passeio Pela Época Mais Festiva do Ano

Betty Bib

A autora inglesa Betty Bib revela em "O Livro das Fadas de Natal" os bastidores do mundo encantado dessas delicadas criaturas que trabalham nos preparativos da festa mais bonita do ano. Este fascinante livro infantil conta como vivem as fadas natalinas que moram na casa de Betty, junto com o cachorro Dorking e o gato Pastel. Receitas de quitutes para a ceia, dicas de como preparar enfeites e jogos interativos fazem parte deste livro ricamente ilustrado. Um enorme mapa da casa de Betty, autora também de "O Livro das Fadas", mostra onde moram as fadinhas e onde elas se reúnem para preparar todos os detalhes da festa de natalina. Com a ajuda da fada Di-Gitar e suas amigas, descubra como preparar lindos cartões de Natal e fazer deliciosos doces! Divirta-se antes e durante a festa e viva essa magia o ano todo.

Título: O Livro das Fadas de Natal
Subtítulo: Um Belo Passeio Pela Época Mais Festiva do Ano
Autor: Betty Bib
Editora: Publifolha
Edição: 1a. edição, 2006
Idioma: Português
Número de páginas: 72 páginas
Formato: 19 cm x 24 cm (largura x altura)
Especificação: Couché fosco 150g/m², 4 x 4 cores, Capa dura
Peso: 425 gramas
ISBN: 85-7402-758-8
Área: Infantil

sábado, 20 de novembro de 2010

Ler livros no computador vale a pena?

Quem é acostumado a lidar com a internet gosta de ter quase tudo de graça. Outro dia publiquei uma resenha de um livro e um leitor do blog deixou um comentário perguntando se eu sabia onde baixar o livro.
Observe que ele não perguntou onde comprar o livro e sim onde baixar. Da mesma maneira que filmes e músicas, existem muitos livros sendo distribuídos em redes de torrents pela internet. Os livros em português não são tão abundantes, mas para quem lê em inglês a fartura é grande.
Já li três livros inteiros pelo computador. Dois era distribuídos gratuitamente e um eu baixei no eMule porque não tinha certeza se valia a pena comprar. Cada um tinha entre 60 e 80 páginas e eu fiz a leitura toda no monitor.

Ainda não vale a pena

Não entrando no debate sobre a legalidade da ação, minha pergunta é se vale a pena economizar uns trocados na compra do livro para lê-lo no computador, dada a piora da experiência. A leitura no monitor é cansativa, tem que ser feita sentado na cadeira, é preciso rolar o mouse. Resumindo, conforto não é a principal característica da atividade.
Para mim, a leitura é um prazer e eu gosto de desfrutá-la lendo no papel, de preferência deitado. Geralmente leio meus livros antes de dormir e com as versões no computador não consigo fazer isso.
Nunca testei leitores de mão de e-books, como o Kindle ou o Sony PRS-500. Provavelmente eles devem dar uma experiência melhor do que a leitura no monitor, mas mesmo assim acho que ainda não baterão o bom e velho livro de papel. Ainda.

domingo, 14 de novembro de 2010

Sebo muito mais do que um livro usado

Antigamente os Sebos, só vendiam livros usados em mau estado, o nome Sebo tem origem lá no tempo em que não existia energia elétrica  e para ler um livro tinha que ser com uma vela acesa, vela essa que era feita com sebo de boi,outros também afirmam que os antigos vendedores de livro eram chamados caga-sebos .
Nas cidades do interior ,principalmente aqui em Jundiaí-SP, o povo relutou bastante para começar frequentar e adquirir livros em Sebos, pois tinha aquele preconceito de adquir um livro usado ou velho, mas devagarinho foram entrendendo a diferença entre um livro raro e fora de catálogo de um livro velho, um livro semi-novo de um livro surrado, as escolas, os professores e os pais tem uma fundamental importância nessa mudança de mentalidade, pois num Sebo se consegue comprar um livro muito mais barato que numa livraria e além disso pode praticar o escambo (troca) que é praticado desde os primórdios de nossas civilizações.
Muito além de vender livros (Revistas, gibis, hq´s ,mangás e muito mais) , os Sebos vendem uma educação ecológica pois ajudam o planeta reaproveitando esses livros já produzidos e nesse sentido a nossa comunidade do Mercado Livre ajuda bastante também.
Mas o  mais importante que um Sebo vende é o sonho de um mundo melhor, mais coletivo e espiritualizado e fraterno.

domingo, 7 de novembro de 2010

O colorido e a textura fofa dos livros são ótimos para despertar o interesse da criança pela leitura.


Se seu bebê já tem firmeza para segurar objetos, aproveite a hora do banho – um momento especial para ele – e conte a história do livro. Dê na mão de seu filho para que ele se divirta com o colorido e a textura fofa do livro.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Poesia infantil

O livro O menino poeta (1943), de Henriqueta Lisboa (1904-1985), privilegia o lirismo, utilizando largamente a metáfora, afastando-se, assim, do descritivismo e da narratividade características de Olavo Bilac e da produção que o antecede, mas sem romper com o paradigma moral e cívico. Por outro lado, O menino poeta não foi publicado por editora de livros didáticos, nem trouxe prefácio recomendando sua leitura na escola. Dessa forma, o livro rompe com a circulação escolar, abrindo caminho para uma poesia infantil livre de compromissos pedagógicos.
        Sidónio Muralha (1920-1982), poeta português que se radicou no Brasil por motivos políticos, rompe com o paradigma moral e cívico no livro A televisão da bicharada (1962). Este livro introduz um novo paradigma para a poesia infantil brasileira, paradigma esse já esboçado em O menino poeta, de Henriqueta Lisboa, e que poderia ser denominado paradigma estético, por privilegiar o trabalho com a linguagem. No caso de Sidónio, esse trabalho com a linguagem s caracteriza pelo ludismo sonoro e o humor, ou seja, o jogo com a sonoridade, o ritmo, a música das palavras e a narração de breves cenas cômicas, como o título de seu livro sugere, envolvendo animais.
        O paradigma estético é consolidado por dois dos principais poetas modernistas brasileiros: Cecília Meireles (1901-1964) e Vinicius de Moraes (1913-1980). Cecília Meireles é reconhecida como uma das principais – senão a principal – voz feminina da poesia brasileira. Ela traz para a poesia infantil a musicalidade característica de sua poesia, explorando versos regulares, a combinação de diferentes metros, o verso livre, a aliteração, a assonância e a rima.
        Os poemas infantis de Cecília Meireles não ficam restritos à leitura infantil, permitindo diferentes níveis de leitura. A insatisfação com os limites e o desejo de plenitude estão presentes no poema “Ou Isto Ou Aquilo”, que dá título ao seu livro de poesia infantil, publicado em 1964.
     
             Ou Isto Ou Aquilo
             Ou se tem chuva e não se tem sol,  ou se tem sol e não se tem chuva!
             Ou se calça a luva e não se põe o anel,  ou se põe o anel e não se calça a luva!
             Quem sobe nos ares não fica no chão,  quem fica no chão não sobe nos ares.
             É uma grande pena que não se possa  estar ao mesmo tempo nos dois lugares!
             Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,  ou compro o doce e gasto o dinheiro.
             Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...  E vivo escolhendo o dia inteiro!
             Não sei se brinco, não sei se estudo,  se saio correndo ou fico tranqüilo.
             Mas não consegui entender ainda  qual é melhor: se é isto ou aquilo.